Vem aí o Natal…
Boa merda!!

Vejamos...

Filas, prendas, dinheiro, falta dele, dívidas, promoções de marcas brancas em fim de vida, confusão nos hipermercados, fruta cristalizada (Bleagh!), filhoses, rabanadas, sonhos (Bleagh, Bleagh, Bleagh), luzes na rua, bonecos horríveis do pai natal nas lojas, bonecos horríveis do pai natal nos telhados, mensagens em catadupa no telemóvel (todas iguais umas às outras), prendas que não servem para nada, programas de crianças amestradas que respondem ao som dum apito, a saga do “Sozinho em casa XV” (é com o Macaulay Culkin na clínica de desintoxicação etílica, bom filme), reclames publicitários que mais parecem programas, programas que mais parecem reclames publicitários, o “Música no Coração” (thank god por ninguém se ter lembrado de fazer uma sequela), trocas de prendas no trabalho, trocas de prendas em jantares com os amigos, frio, galas não sei de quê com não sei quem, concertos da Filarmovscki da Beirovska Ucrainxtack (Filarmonia das Beiras em Ucraniano) e o meu preferido, aquilo que mais me faz odiar o aniversário do J.C.: O natal dos hospitais!! É que ainda por cima agora dá em quase todos os canais nacionais e como se não bastasse há o after-hours com a Valentina Torres e o Toy a cantar em dueto temas do vasto repertório de ambos…

Ai o Natal… Boa Merda!!

Vou comprar um desses bonecos vestidos de Pai Natal e empalá-lo no pinheiro que tenho lá no jardim para mostrar a todos como este ano me apetece tanto celebrar o Natal!

Ai ai, ai ai!!

Que espanto todo é este por não permitirem homossexuais no sacerdócio? Via ontem nas notícias e interrogo-me do porquê de tanto alarido e indignação!

A última vez que me informei, já nem sequer os heterossexuais “practicantes” podiam exercer o sacerdócio quanto mais agora os homossexuais, que ainda por cima o assumem?

Já viram os problemas que isso poderia trazer? É que já não bastam os padres pedófilos, que à Igreja católica tanto custam esconder, agora ainda iam permitir padres que à partida já se sabe serem homossexuais, praticantes do sexo não-procriativo, só pelo gozo do acto em si, só pelo prazer! Mas o mundo está louco?!!!!

Oh par eles em filinha!! Homens de Deus, isso sim!!Prazeres da carne...tss..tss..tss...

Se à partida a orientação desses senhores já é desviada (de acordo com a convenção), ao entrarem para o sacerdócio é lógico que nada os impedirá de atirarem piropos aos meninos do Seminário da Ajuda durante o campeonato de futebol Inter-paróquias da Liga-B da Sé de Lisboa, ou que nos balneários desapareça roupa, os sabonetes não se aguentem nas mãos de quem o segura e o tempo que leva a tomar banho seja o dobro.

É quase como atirar estes meninos aos leões, temperados com sal e dois dentinhos de alho! Já não bastam as sevícias camufladas dos padres heterossexuais, quanto mais cartas de amor de seminaristas com os votos ainda por fazer!

Ai Ai Ai Ai!! Povo: Padre não é homem, é Sales-Representative da palavra de Deus!! As coisas da carne, são só para se apreciar no prato!! Ai Ai Ai Ai!!

Vou ser TIA!!!!!! UUUUAAAAAHHHHHHH!!!!!

Curioso como apesar de tudo não consigo deixar de me sentir triste... Quando ontem o mano me dava a notícia, apetecia-me ir contar a mais alguém... Mas enfim...

Bem vindo menino Afonso, ou então menina Baducha (já que se for fêmea ainda não tem nome, mas a tia já deu a alcunha!)

EU VOU SER TIA!!!!!

Sinto-me cada vez melhor profissional a cada dia que passa!

Com o peso das horas de serviço em cima, quase como as horas de voo dos pilotos, aumenta a convicção de estar a fazer um bom trabalho, de forma eficaz e eficiente, conseguindo desempenhos seguros e convictos, quase inabalável na forma de agir e irrepreensível enquanto parte dum objectivo maior.

Com todo este esforço, apercebi-me que cada vez minto melhor.
Atento mais nos pormenores dos embustes que diariamente tenho que criar; melhorando também a minha técnica teatral enquanto o faço. Já digo as coisas como se realmente fossem verdade e, apesar de não o parecer, domino na íntegra a tão meticulosa arte de mentir ao telefone.

Ao passo que enganar cara-a-cara, (apesar de requerer algum talento) poder ser considerado tarefa simples, ao telefone tal propósito já exige outra preparação. No contacto visual facilmente se criam distracções tanto com as mãos como com a cara, que desviam a atenção de quem nos ouve das palavras que não fazem qualquer sentido, quando ditas naquele contexto.

Não dizer a verdade ao telefone exige mais de quem ludibria: há a voz que não pode sequer tremer, a boca que ao articular as palavras não pode hesitar, os silêncios enquanto se finge procurar algo no computador, o trautear enquanto se procura algo no “sistema” que exige a concentração que não temos, o pousar o telefone para ir buscar uma capa (quando na realidade só se mexe na porta do armário), enfim quem nunca o fez? Que atire o primeiro Post-It!

Faço-o diariamente e também já minto com convicção,acreditando que ao fim ao cabo, uma mentira dita convictamente é uma verdade. Quem nos está a ouvir acredita no que lhe dizemos, aceitando-o sem o questionar. Ora pois muito bem, em que é que acreditamos sem questionar?
Acreditamos na verdade!!

É tudo um ponto de vista e graças a mim, consigo fazê-lo cada vez melhor!

Como eu te compreendo amiga Susana...

Às vezes sabe bem ficar em casa, não porque não nos apeteça sair, mas sim porque nos apetece ficar por casa e só.

Faz falta a solidão, o estar connosco e com quem nos dá realmente prazer (mesmo que seja só a televisão, mesmo que seja só para fazer festas ao gato), às vezes sabe mesmo bem estar no sossego e no silêncio que só a nós diz respeito. Quando ontem se fez o convite para serão ameno em terras de São Bernardo, foi porque a mim me apetecia o sossego dum DBD, na companhia de amigos! E gostei, apesar de me ter dado por vencida pelo sono muito antes do resto da malta... é mais do que natural que aos outros não apeteça e a cortesia de dizer "sim eu vou" é a mesma de quando se diz "não me apetece assim muito". Eu tenho cá para mim que mais vale ser-se sincero!

Talvez não se compreenda que haja quem queira ficar em casa porque tem um FERRO DE ENGOMAR novo (de elevada performance diria mesmo!), mas acontece porque o que realmente conta ao fim de semana é o direito de optar pelo que apetece e não ter que escolher o que tem que ser!

Passei kilos de roupa a ferro num sábado à noite, mas foi o que me apeteceu e soube-me mesmo bem!