09 setembro 2005


Discutia ontem com pessoa por quem tenho elevada estima e consideração (OUVISTEXX??), a manifestação prevista para o dia 17 deste mês, a ter lugar no Parque Eduardo VII, promovida por uma catrefada de partidos do lado mais direito do que é direita em Portugal. Manifestação esta que se pretende que seja contra a pedofilia, casamento entre homossexuais e a adopção de crianças por homossexuais também.

Pergunto eu: mas que raio tem o casamento entre homossexuais, e a adopção de crianças por parte dos mesmos, a ver com pedofilia?

Três temas que, no meu mais que humilde entender, não deveriam ser usados em conjunto, muito menos de forma tão generalista! Questões discutíveis (cada um opine como quiser e respeito todos por isso mesmo) mas não misturem problemas criminais (absolutamente !nojentos!) com uma questão social ou moral, como também já ouvi dizer.

Milhares de crianças sofrem sevícias em casa, com pais que são casados e não tiveram que ser adoptadas, simplesmente nasceram… Essa podridão escondida onde a vítima não tem voz, acontece no prédio ao lado, acontece em instituições de solidariedade social (algumas sob a tutela do Estado), acontece escondida e há vergonha por isso mesmo acontecer…

Mas (!!) também me disseram ontem, e muito bem, que quem magica tais eventos, de mote discutível e objectivo final dúbio, na realidade sofre duma doença. O nome é obtusismo crónico galopante(*), em grau 7! O pior de todos na escala de senso comum. Quando se manifesta desta forma, a doença acarreta ódios (causas não definidas), comportamento violento e em último caso auto-flagelação com um corte radical de cabelo, assim como utilização de correntes e botas semi-ortopédicas com biqueira de aço. É uma doença grave e temos mesmo é que respeitar… Chega a ser medonho ve-los, sobretudo quando se juntam e andam em bando! Mas são pessoas doentes e merecem o nosso respeito por isso mesmo.

Não há medicação mas é uma doença tratável, bastará para tal respeitar a vontade alheia e dizer:”tens razão…pois, lá isso também é verdade! Eu não sou melhor que ninguém!”. É experimentar, pelo menos uma vez por dia, aceitar os outros como são e nunca (mas nunca mesmo!) generalizar, julgando o todo pela parte.



(*)Todos sofremos deste mal, que se manifesta com mais ou menos intensidade, mas o comum dos mortais anda só pelo obtusismo normal, vulgo teimusite esporádica e saudável.

4 comentários:

Anónimo disse...

Sim, infelizmente temos de ouvir todas as diferentes liberdades de expressão, digo infelizmente pois no meu entender o PNR e toda a extrema direita tem um pensamento muito injusto, muito errado.
Foi vergonhosa a manif na altura do falso arrastão, e é vergonhosa tb esta que irá decorrer.
A maiorio destes tipos nacionalistas exacerbados são perigosos e cadastrados.
É uma coisa triste, mas existe...
Oxalá haja luz naquelas cabeçinhas pobrezinhas!

Anónimo disse...

Concordo c a adopção de crianças por parte de qualquer casal, seja ele hetero ou homo! As pessoas têem é que ser conscientes, equilibradas e boas!
Ora!

Anónimo disse...

A pedofilia nada tem a ver com a homossexualidade até porque todos sabemos que quem mais comete esse acto cruel são os heterossexuais muitos dos quais familiares da vítima.
Quanto à homoparentalidade,eu não aceito,acho sim que é um direito que todos os casais têm,sendo eles hetero ou homo.O facto de dizer que aceito já é estar a descriminar pois se somos todos seres humanos com os mesmos direitos e deveres porque hei-de eu aceitar uma coisa que nem deveria ser questionada?!Andamos tão atrasadinhos!!!
Dizer que se aceita é fácil mas e se começarmos pelo início ou seja,que tal tratarmos os homossexuais como seres iguais a nós?Já se imaginaram a ter um irmão,irmã ou Amigo/a homossexual?Se realmente os Amam deveriam aceitá-lo como é.
A maioria dos homossexuais não se assume e porque será?Porque nós,todos nós mesmo quando dizemos que aceitamos temos sempre qualquer bicho estranho na cabeça que nos diz que é anti-natura mas não é.
Ninguem é homossexual por escolha própria,ninguem acorda um dia de manhã e diz:"Vou ser gay!" ou "Vou ser lésbica!" Já o contrário existe...
Muitos homossexuais levam uma vida dita normal chegando mesmo a casar e ter filhos para esconder a sua "diferença" ou trauma,como diz uma Amiga minha.
Não será muito mais triste viver uma Vida de mentira só porque assim parecem "normais" aos olhos de quem os conhece?Assim todos ficam felizes porque o irmão/ã ou Amigo/a tem uma Vida feliz mas afinal a pessoa vive em constante mentira e a mais sacrificada é ela própria.
Enganar-se a si próprio é o pior que existe.
Mas pelo andar da carruagem a mentalidade não muda tão cedo.Talvez daqui a 200 anos possamos ver um casal de gays ou lésbicas sentados num banco de jardim de mãos dadas a darem um beijo sem que ninguem fique chocado e sem que ninguem comente:"Ai que horror,que aberração,dois panascas (ou duas fufas) a beijarem-se"!
Enquanto as pessoas continuarem a ser assim nunca saberão ao certo quem é homossexual ou não e podem ter a certeza que a homossexualidade está mais perto de nós do que pensamos.
Em 2005 ainda há quem perca o emprego porque os homófobos dos patrões descobriram a sua verdadeira orientação sexual, acreditam?
Ninguem precisa andar com um papel na testa a dizer que é gay mas quando se assume tudo muda e é aí que se vê quem realmente gosta,aceita e respeita ou não a pessoa.Tudo muda,até há pessoas que ficam com medo de se aproximar pois podem confundi-las com o/a dito/a homossexual.
Já me alonguei,desculpem mas já vi tantas injustiças sobre este assunto que não poderia ficar em silêncio.
Assumir-se é um acto de coragem e descansem que nenhum gay ou lésbica se "atira" a vós.
Fiquem bem

Ju disse...

olha!va cumé? um dia sem post, nao pode ser, uma pessoa já vem ler o blog como quem folheia o jornal, nao podes falhar! hehehe! beijos beijos!