12 junho 2005

Em jeito de domingo à tarde, com a barriga cheia de boa comida, já que ao domingo há sempre mais tempo de a confeccionar, a pinga bem fresca que se bebe e uma grande vontade de fazer o nada, sentei-me ali fora no jardim a ouvir o espaço.
Meio acordada, meio a dormir deambulei por tempos e gentes com quem privei, lembrei-me velhos hábitos, de coisas que dantes fazia, do que se manteve e das gentes que ainda gosto e que gostam.

É-se feliz com tão pouco meus amigos, basta um punhado cheio de nada para se encher o peito, recarregar um outro tanto e largar um sorriso conivente. É o que baste.
Uma presença aconchegante que nos afaga e que não teme ir mais além, apesar de olhares estranhos, de outros hábitos, de fazer vida em ambiente alheio. Basta a presença, como tudo o que dela possa surgir e é nessa simplicidade que se estranha ainda mais o potencial e o que dele advém.
Magia? Não pode ser. A magia acontece e acaba por fugir, fruto do cansaço rotineiro que se cria. Há que trabalhar, há que fazer todos os dias, há que compreender e largar um pouco a vida própria para a dar aos outros. É bom quando isso nos acontece e perdoe-me a quem eu devo e não me cobra. É por demais o desprendimento, a relatividade do que é prioritário. Esquece-se até o electrodoméstico em outras mãos já nas de quem de direito não faz (fez) falta.

Companheiro Sérgio, estamos juntos, compreendo-te na perfeição e mais que isso até. É tão bom e com tudo tão cheio de muito que relembro e me encosto a jiboiar com um sorriso maroto e um grande brilhozinho nos olhos.

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