14 outubro 2007

Não posso deixar de me indignar! Li na revista Única (a única que a minha ex-sra-da-limpeza fez o favor de deitar fora) que o mito urbano que corre por aí, afinal vem-se a saber que não é mito.

Assusta...

Imaginem que afinal sempre há um carro azul que aterroriza os namorados mais audazes que vão até ao spot mais recôndito, trocar carícias e "ais-jesuses"de vontade. Daqueles sociopatas com máscaras e instrumentos acutilantes. Medonho...

Não se trata disso...

Trata-se sim daqueles contentores que encontramos à porta de hipermercados, onde podemos ler "O povo Português ajuda África". É daquelas frases que nos faz pensar que só de a ler já estamos a fazer qualquer coisa. Com trapos milagrosos, que nos nossos guarda-fatos só estorvam, cumprimos o nosso papel na salvação dum povo longínquo, que não soube aproveitar a riqueza deixada por este país irmão.

Se redobrarmos a atenção a maior parte deles tem a frase "ajuda ao desenvolvimento" colada abaixo das letras garrafais que nos confortam a consciência. Pois bem, é da venda dessa mesma roupa que estas organizações de ajuda ao desenvolvimento, sobrevivem e prosperam, treinando voluntários para angariar ainda mais fundos, em países carenciados onde uma camisola meio coçada ainda rende uns dólares.

Estupefacta pela descoberta, investiguei um pouco mais e comprovo-o em diversos artigos espalhados pela internet, sobre organizações como a Tvind, cujo fundador mantém forte amizade
com esse grande ícone do princípio socialista (foi marxista de criação) Robert Mugabe. Aquilo é mesmo tudo grande negócio e os responsáveis de organizações como Humana People-to-the-People já vieram para a rua defender-se e dissociar-se da escola de Amdi Petersen como poderão ver consultando o Expresso online. Negócios duvidosos de uma mão lava a outra, onde o dinheiro nunca chega na totalidade a quem precisa.

Dizem os responsáveis que a venda da roupa é imprescindível na recolha de fundos para ajudar os povos carenciados, mas é aos povos carenciados que é pedido o investimento inicial. No mínimo estranho. Atrevo-me a chamá-lo de podre.

É podre...

1 comentário:

Anónimo disse...

que horribel!!!
então onde estarão as nossas ropinhas agora???