06 janeiro 2004

Não sei se é conhecimento comum, nem se me fica assim muito bem dizer mas... sou "fã fã" de desenhos animados. Consumo tudo, desde cartoons em canais estrangeiros até aos que o novo canal ADOIS começou a emitir hoje.

(Perguntai ao Daniel Sampaio, talvez seja trauma de infância!)

Mas não é isso que aqui me traz, os meus pequenos fetiches não deverão tornar-se domínio público, convenhamos!!! O que hoje trago a debate é outro assunto, talvez já vos tenha acontecido não só com os bonecos, mas com outro tipo de programa de entretenimento.
Quando começam séries, de qualquer tipo ou género, habituamo-nos às caras e à vozes dos actores e atrizes que dão alma aos personagens e a combinação de ambos leva-nos a identificá-los de imediato, mesmo que a atenção dada à televisão não seja muita. Tendo visto mais do que um ou outro episódio acabamos por nos acostumar ao carácter representado e, mesmo sabendo que se trata somente de um papel, acabamos sempre por julgar que a pessoa por detrás tem as mesmas manias,os mesmos tiques, amantes do género, um emprego igual,etc,etc. É inevitável!!
(Perguntem ao Daniel Sampaio, ele deverá saber o porquê!! )

O que a mim chateia é quando eles mudam as vozes, ou o actor que desempenha determinado herói, vilão, o que for!!Odeio!! É como se toda a cumplicidade (fruto de horas de televisão!!) todo o envolvimento criado (resultado de grandes dissertações acerca do futuro de cada programa), tudo o que se gera entre o espectador e o entertainer morre!!Não é absolutamente irritante?!!!

Cada cara que conheço, tem uma voz associada e acaba por ter uma personalidade, mais ou menos marcante, com a qual aprendo a lidar. Do indivíduo Y sei que é um ganda maluko e pós copos não há melhor!! Quanto à X é boa conversadora e melhor que ninguém para uns finos ao cair da tarde.
Associamos tudo numa sinestesia involuntária e quando um dos sentidos falha é como se algo não estivesse bem e o que nos era absolutamente familiar passa a ser estranho. Olhamos caras que não ouvimos, ou conversamos com vozes que não nos olham.
( Hum...Algures haverá um artigo do Daniel Sampaio que fale sobre isto.)

O pior é quando nos falha a outra parte... A que surge depois de tudo o resto interiorizado, a personalidade. Como se olha para alguém que pelas atitudes já não nos diz nada, ou como se ouvem palavras que não deviam sair daquela pessoa??
Começa-se de novo? Conhece-se de novo? E a outra pessoa que lá estava? São duas, complementam-se?Como é??
Dá muito trabalho conhecer alguém para que tudo desapareça. Ainda por cima quando a fronha é a mesma, não se faz, é indecente!
Já imaginaram se dum momento para o outro o Garfield começasse a fazer jogging com aquela voz pachorenta à qual nos habituou? Ou se Calvin começa a fazer os trabalhos de casa com aquela cara de mandrião e aquelas sapatilhas lindas?!(o que eu gosto das sapatilhas do Calvin!!)
As pessoas não mudam assim, é muito chato!! Serei só eu a pensar assim??

Enfim deixo o apelo: se alguém conhecer o Dr. Daniel Sampaio, ele que me escreva para a18741@alunos.dq.ua.pt, ou se algum de vós puder responder estou aberta a sugestões!!

Até sempre!